terça-feira, fevereiro 12, 2008

Apoio popular ao Grémio Lisbonense

Na sequência do violento despejo do Grémio Lisbonense na passada sexta-feira, começaram a surgir mais denúncias de violência policial, com o único detido da noite a relatar torturas infligidas dentro da esquadra.

Entretanto as acções de apoio continuam e está convocada para hoje, dia 12 de Fevereiro, às 22h, na Associação 25 de Abril (Rua da misericórdia, em frente às traseiras do teatro Trindade), um encontro de sócios e amigos do Grémio com animação musical e algumas declarações de apoio

No dia 13, 4ª feira, está marcada uma concentração junto ao Arco do Bandeira (Rossio), a partir das 17h, hora de início da "reunião que decidirá o futuro do Grémio!!". Espera-se que esta concentração não conte com a já habitual participação de elementos violentos e fardados, e assim possa decorrer pacificamente.

Para documentar e apoiar a contestação a mais um acto de violência policial, foi lançado um apelo para se juntarem o maior número de imagens e relatos dos acontecimentos.

Por outro lado, está em circulação um novo abaixo assinado, para todos aqueles que o quiserem imprimir e recolher assinaturas. Como informam os sócios do grémio: "Este abaixo assinado é para ser entregue na reunião da próxima 4ª feira. Existe uma caixa de correio do Grémio Lisbonense na Crew Hassan, que fica na Rua das Portas de Sto Antão, 159 1º (rua do coliseu). Entreguem as assinaturas até 3ª feira às 00h, hora de encerramento da cooperativa.

A PRESENÇA DE TODOS É FUNDAMENTAL!
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[Lisboa] Violência policial no despejo do Grémio.


Na sexta-feira 8 de Fevereiro, o Grémio Lisbonense foi despejado por meio de uma violenta carga policial. Acorrendo a uma chamada para uma concentração contra o seu despejo, uma centena de pessoas juntou-se à porta da associação. Por volta das 19:30, a assembleia reunida no local resolve partir para a ocupação da escadaria do Grémio e, segundo um relato “A guardar a porta do Grémio estavam cinco mercenários de azul. Reparámos que tinham retirado as suas identificações do peito. Mal chegámos junto dos polícias, um deles perguntou “que fazem aqui?”. Uma companheira respondeu simplesmente “Estamos aqui” e os polícias começaram a empurrar e a agredir à bastonada as pessoas que ocupavam a escada, fazendo-os cair sobre os que estavam mais em baixo na escada” Aqueles que lá estavam não desmobilizaram gritando “O Grémio é nosso” e palavras contra a repressão policial. Pouco tempo depois chegam reforços e uma nova investida tem lugar com a polícia a querer chegar ao primeiro andar do edifício à bastonada e ao pontapé. A polícia criou um cordão policial na rua e disse às pessoas para circular mas a concentração ainda se manteve algum tempo no arco por baixo do edifício. Várias pessoas tiveram que receber tratamento hospitalar e uma pessoa foi detida e levada para a esquadra onde foi espancado violentamente por um policia que se encontrava na operação.
A situação do Grémio (associação que contava já com 150 anos de existência) era a da eminência de um despejo que tinham como pretexto umas obras realizadas sem autorização do proprietário.
Nos últimos meses o Grémio tornou-se um espaço de convívio e de actividades como workshops de dança, serigrafia, Árabe, apresentações de publicações, feiras de discos e funzines entre outras coisas.
Para o local o senhorio perspectiva um hotel, coisa que não é de admirar já que o Grémio se situa em pleno Rossio, uma zona de ampla transformação em espaço unicamente de comércio e turismo. A baixa lisboeta, zona onde se prevê a instalação 32 câmaras de vigilância, é o perfeito exemplo da transformação de espaços públicos em fortalezas de controlo e paraísos do capital, envolvidos em multinacionais milionárias e vigilância policial.
Os episódios quotidianos de violência policial continuam constantemente a acontecer e ontem foi na Baixa de Lisboa. Estes episódios tomam lugar nas ruas de bairros sociais, nas esquadras de polícia, nos centros de detenção de imigrantes e em todos os sítios onde o Estado queira impor a sua ordem.
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quinta-feira, fevereiro 07, 2008

[Lisboa] Anarquistas interrompem celebração Monárquica com Manifestação Regicída.



Passados cem anos do assassínio do Rei D.carlos e do seu filho no Terreiro do Paço foram marcadas vários actos, desde celebrações políticas a actividades culturais, recheados de polémicas de revista cor-de-rosa, bem ao jeito da tradição das elites, monárquicas ou republicanas.

De norte a sul, enquanto grupos anarquistas ou de alguma esquerda republicana homenageavam os Regicidas Manuel Buiça e Alfredo Costa, os monárquicos aproveitaram o número redondo da data para tentar branquear a história. Depois de uma inflamada propaganda anti-republicana, o governo irritou-se deixando de fingir que olhava para o lado e proibindo a participação do exército numa manifestação política.

Nesse mesmo acto de homenagem ao rei, marcado para as 17 horas do dia 1 de Fevereiro no Terreiro do Paço em Lisboa, um grupo de Anarquistas interrompeu a cerimónia, intervindo de surpresa com uma manifestação onde se festejava o regicídio, e sarcasticamente se provocavam as intenções monárquicas. A pouca tensão registada entre a PSP e os manifestantes, não resultou em nada, visto os últimos terem conseguido conservar o material e realizar todo o percurso.

Pela noite a RTP desinformou ao divulgar uma vez mais a falsa associação entre este tipo de protestos autónomos e partidos como o Bloco de Esquerda. Uma faixa aparentemente “recuperada” com simbologia deste partido terá sido o motivo para assumir este erro entretanto desmentido.

Fica um relato directo publicado na Rede Libertária:

"Para comemorar essa grande data da história da luta pela liberdade em Portugal, que foi o regicídio levado a cabo em 1908 por Alfredo da Costa e Manuel Buíça, e para honrar a memória daqueles que praticaram tamanho acto de libertação pagando pelo mesmo com as próprias vidas, realizou-se uma manifestação em Lisboa na tarde de 1 de Fevereiro.

Pelas 17.30, enquanto se realizava uma concentração monárquica no Terreiro do Paço, cerca de 30 pessoas irromperam pela dita praça , empunhando bandeiras negras e três faixas onde se podia ler “O rei morreu. Viva o Costa”, “O rei morreu. Viva o Buíça” e “Xeque Mate”. Foram gritadas palavras de ordem como “Buíça está vivo nos nossos corações. Nem Rei. Dem Deus. Nem Pátria. Nem Patrões”, “Passaram cem anos desde o regicídio. Para os próximos governantes recomendamos o suicídio” ou “Nem República, nem Monarquia. Morte ao Estado e viva a Anarquia”.

Após alguns minutos de permanência no Terreiro do Paço, como estávamos a estragar a festa de glorificação dos opressores do povo e de apagamento da memória das lutas sociais em Portugal, um grupo de polícias abordou a manifestação, dizendo que não podíamos estar ali “a provocar” e logo tratando de tentar apreender as faixas. Firmes no propósito que ali nos levava, não deixámos que nos tirassem as faixas e gritámos ainda com mais ânimo. Retirámos então em bloco do Terreiro do Paço e percorremos a Rua Augusta até ao Rosssio.

Terminámos o percurso no Rossio, em frente ao Café Gelo, local de encontro e conspiração dos revolucionários de há cem anos, em frente do qual afixámos duas faixas, após o que a manifestação dispersou.

O REI MORREU! VIVAM OS REGICIDAS! VIVA A LIBERDADE!"

Panfleto - 1908-2008: O REI MORREU! VIVAM OS REGICIDAS!
Info - Jornais da época - Hemeroteca de Lisboa Digital
Info - Centenário do Regícidio - Rede Libertária

Fotos - Manifestação regicida em Lisboa: 1 de Fevereiro de 2008 - Rede Libertária
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Comunidade Portuguesa de Ambientalistas
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