quinta-feira, novembro 23, 2006

Editorial do jornal anarca «A Merda»



«A Merda» foi um jornal do Grupo Anarca Autónomo editado em 1974/1975, em Portugal, e que foi profusamente distribuído( teve centenas de milhares de exemplares) pelas ruas e praças de Lisboa e Porto no período imediato do pós-25 de Abril, com um enorme impacto público.

Na verdade, essa publicaç?o constitui, talvez, nos últimos cinquenta anos a refer?ncia anarca que mais eco teve junto da populaç?o em geral, subsistindo ainda hoje na memória e no subconsciente de muita gente que viveu naquela época ( o jornal teve quatro números).

Reproduzimos o editorial do seu primeiro número que rapidamente se esgotou, tal foi a procura e o ?xito que encontrou nos anos eufóricos, vividos em Portugal em 1974 e 1975.

O editorial do jornal anarca «A Merda»


No mundo de hoje, as pessoas apaixonam-se pela merda duma bandeira, porque t?m o sexo na cabeça;
Sentem a emoç?o a invadir-lhes o corpo quando cantam a merda do hino (? boa maneira hitleriana);
P?em na merda da palavra naç?o um acento rácico mal disfarçado;
Criam-se merdas como as pides para reforçar a defesa da merda do Estado e a sua consequente merda doutrinária;
Fazem coincidir a merda do Estado com a merda da naç?o;
Criam-se partidos de merda para agrupar os carneiros de merda;
Preparam-se eleiç?es de merda para eleger as merdas dos governantes;
Prestam-se homenagens a merdas que se distinguiram pelos seus serviços de merda;
Fazem com que o povo se orgulhe pelo passado de merda e festejam-se os heróis de merda, da merda da nossa história;
Fazem-se leis de merda para obstar a que se derrube a merda do sistema;
Há toda uma merda de papéis a invadir as ruas, os bairros e as nossas casas para que as leis de merda sejam cumpridas;
Agora até se servem da merda sonora da rádio e da merda televisiva;
Mas como muitos procuram fugir ? merda das leis, mandam os merdas dos polícias ( autoridades da merda das democracias da merda, tanto de leste como da merda do oeste);
E como os merdas dos polícias n?o chegassem para chatear a malta, é preciso a merda do exército com a hierarquia de merda;
Os senhores de merda, bem situados na merda desta sociedade, v?m com a merda dos discursos exaltar a sua moral de merda;
Os merdas dos burocratas, os cívicos de merda e toda a classe dos merdas exploradores s?o os que melhor se sentem na merda da sociedade e s?o os mais zelosos defensores da merda;
Nesta sociedade de merda, as pessoas já se n?o d?o conta da merda em que est?o;

E o homem?
O homem está em vias de extinç?o devido ? repress?o exercida pela merda do Estado e pelos seus lacaios de merda que s?o quem possibilita a merda das igrejas civis e religiosas que escravizam o homem;
O homem és tu, leitor.

Deves começar já hoje a guerra contra a poluiç?o.
Mas atenç?o!

É preciso começar por tirar a merda da tua própria cabeça.
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sexta-feira, novembro 17, 2006

É natal!!ninguem leva a mal!!


Ja todos sabemos ou deviamos de saber que muitas das noticias nos oferecidas hoje pela comunicaç?o social sao falsas ou est?o totalmente alteradas! Tendo isso em conta resolvi passar os olhos pelo nosso querido Correio de manha e encontrei um artigo sobre as iluminaçoes de natal dos municipios e os orçamentos em causa! Estes procedimentos ja se vem a tornar normais por todo o portugal onde todos os municipios procuram oferecer o melhor ambiente ao consumo abusivo que se ve nesta altura do ano! Falando agora do que mais me chocou foi ver a cidade onde habito gastar a módica quantia de quarenta mil contos dos antigos em luzinhas de natal! Engraçado digo eu pois nesta mesmissima cidade se alguem tem a ideia (estupida?!?) de realizar algo de cultural para a malta mais jovem e necessitar do apoio deles, o que vos darao e um carrinho de molas, e nao convem barafustar muito porque ai entao proibem-vos de por essa ideia em pratica!
Enfim...
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quarta-feira, novembro 15, 2006

O dinheiro salva!



A Cruz Vermelha acabou de anunciar uma nova parceria de resposta ?s catástrofes com a Wal-Mart. Quando o próximo furac?o atacar, será uma co­?produç?o da mega-caridade com o mega-supermercado.Esta é, aparentemente, a liç?o aprendida com a calamitosa resposta governamental ao furac?o Katrina: o negócio responde melhor ?s catástrofes.

«No fim, tudo vai acabar nas m?os do sector privado”, disse, em Abril, Billy Wagner, chefe de gest?o de emerg?ncias para a Florida Keys, que actualmente monitoriza a tempestade tropical Ernesto. «Eles t?m os conhecimentos. Ele t?m os recursos».
Mas antes de este novo consenso avançar, talvez seja tempo de ver onde começou a privatizaç?o das catástrofes, e até onde levará inevitavelmente.

O primeiro passo foi a abdicaç?o governamental da sua responsabilidade fundamental de proteger a populaç?o das catástrofes. Sob a administraç?o Bush, sectores inteiros do governo, e em particular do Departamento de Segurança Interna, foram sendo transformados em santificadas ag?ncias de trabalho temporário, com funç?es essenciais entregues a companhias privadas. A teoria é que os empresários, conduzidos pela motivaç?o do lucro, s?o sempre mais eficientes (por favor, suspendam o riso histérico).

Vimos os resultados em Nova Orle?es: Washington mostrou-se assustadoramente débil e incompetente, em parte porque os seus especialistas de gest?o de catástrofes tinham fugido para o sector privado e porque as suas infra­?estruturas e tecnologia estavam completamente ultrapassadas. Pelo menos por comparaç?o, o sector privado pareceu moderno e competente (um articulista do New York Times até sugeriu entregar a FEMA ? Wal­?Mart).

Mas a lua­?de­?mel n?o durou muito. “Para onde foi todo o dinheiro?”, perguntam as pessoas desesperadas, de Bagdade a Nova Orle?es, de Cabul ao Sri Lanka golpeado pelo tsunami. Uma grande parte dele foi empregue em grandes despesas de capital destes grandes contratistas privados. Largamente sob o radar público, gastaram-se milhares de milh?es de dólares de dinheiro dos contribuintes na construç?o de uma infra­?estrutura privatizada de resposta ?s catástrofes: a ultra-moderna sede do Grupo Shaw em Baton Rouge, os batalh?es de equipamento de remoç?o de terra da Bechtel, o campus de 2.400 hectares da Blackwater USA na Carolina do Norte (apetrechada com um campo de treino paramilitar e uma pista de dois quilómetros). Eu chamo-lhe o Complexo do Capitalismo das Catástrofes. Tudo o que voc? precisar quando estiver em sérias dificuldades, estes contratistas podem fornecer: geradores, tanques de água, camas, sanitas portáveis, casas móveis, sistemas de comunicaç?o, helicópteros, medicamentos, homens armados...

Este Estado dentro do Estado foi construído quase exclusivamente com dinheiro de contratos públicos, incluindo a formaç?o do seu pessoal (esmagadoramente, antigos funcionários, políticos e soldados). E, no entanto, está tudo nas m?os dos privados; os contribuintes n?o t?m nenhum controlo ou reclamaç?o sobre isso. Até agora, esta realidade n?o se evidenciou porque ao mesmo tempo que estas companhias est?o a ter as suas contas pagas por contractos governamentais, o Complexo do Capitalismo das Catástrofes presta os seus serviços ao público de uma forma gratuita.

Mas aí está o problema: o governo dos Estados Unidos está a ficar sem dinheiro, em grande medida graças a este tipo de gastos descontrolados. A dívida nacional é de 8 bili?es de dólares; o défice do orçamento federal é de pelo menos 260 mil milh?es de dólares. Isto significa que mais cedo que tarde, os contratos v?o secar. E ninguém sabe melhor isso do que as próprias empresas. Ralph Sheridan, director executivo da Good Harbor Partners, uma de centenas de novas companhias de contra­?terrorismo, explica que «os gastos por parte de governos s?o esporádicos e chegam ?s bolhas». Os que est?o por dentro chamam­?lhe a “bolha da segurança interna”.

Quando rebentar, empresas como a Bechtel, a Fluor e a Blakwater v?o perder a sua fonte primária de ingressos. Ainda ter?o todo o seu equipamento de alta­?tecnologia, dando­?lhes a capacidade para responder a catástrofes – enquanto o governo terá deixado escapar essa preciosa capacidade – mas ent?o vender?o a infra­?estrutura financiada com dinheiros públicos ao preço que quiserem.

Eis uma imagem rápida do que poderá ocorrer num futuro próximo: transporte de helicóptero dos telhados de cidades inundadas (5.000 dólares por cabeça, 7.000 dólares por família, animais de estimaç?o incluídos), água engarrafada e “alimentos preparados” (50 dólares por pessoa; caro, mas é a oferta e a procura) e uma cama num refúgio (mostre-nos a sua identificaç?o biométrica – criada graças a um contrato lucrativo da Segurança Interna – e nós enviar­?lhe­?emos depois a conta. N?o se preocupe, nós temos os meios: a espionagem também foi terceirizada).

O modelo é, evidentemente, o sistema de saúde dos EUA, no qual os ricos podem ter acesso ao melhor dos tratamentos em ambientes do tipo SPA, enquanto 46 milh?es de norte-americanos n?o t?m seguro médico. Como resposta de emerg?ncia, o modelo já está a funcionar na pandemia global da SIDA: o sector privado ajudou com proeza a criar medicamentos salvadores de vidas (com substanciais subsídios públicos), depois estabeleceu preços t?o altos que a maioria dos infectados do mundo n?o pode pagar o tratamento.
Se esse é o historial mundial do sector privado nas catástrofes em câmara lenta, porque haveríamos de esperar que valores diferentes governassem as catástrofes de actuaç?o rápida, como os furac?es e até os ataques terroristas? É bom lembrar que quando as bombas israelitas zurziram o Líbano n?o há muito tempo, o governo dos EUA inicialmente tentou cobrar aos seus cidad?os o custo das suas próprias evacuaç?es.
Há um ano, os cidad?os pobres e a classe trabalhadora de Nova Orle?es estavam encalhados nos telhados das suas casas ? espera da ajuda que nunca chegou, enquanto aqueles que puderam pagar a sua saída fugiram para a segurança. Os líderes políticos do país alegam que foi tudo um erro terrível, uma quebra nas comunicaç?es que está a ser solucionada. A sua soluç?o é ir ainda mais longe na via catastrófica das “soluç?es do sector privado”.
A n?o ser que uma mudança radical de curso seja exigida, Nova Orle?es provará ser um vislumbre de um futuro distópico, um futuro de apartheid das catástrofes no qual os ricos s?o salvos e todos os outros s?o deixados para trás.

No Logo - NOMI KLEIN
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sexta-feira, novembro 10, 2006

O futuro da educacao publica.



Tudo tem sido dito sobre educaç?o.
Porém, há alguns marcos que importa sublinhar.

Um é o célebre acordo do GATS (General Agreement on Tariffs and Services)
no âmbito da OMC. Neste acordo a educaç?o é assimilada a um «serviço»,
portanto mercantilizável, sujeita ?s «regras do mercado», etc.
Outro é o chamado «processo de Bolonha», que dentro da «agenda de
Lisboa»(*) pretende igualizar as licenciaturas e outros graus permitindo
uma circulaç?o mais fácil de estudantes e de cientistas.
Ambos os processos est?o ligados e est?o relacionados também com o que se
passa dentro das fronteiras de cada Estado.
O acordo do GATS abre as portas a uma privatizaç?o da educaç?o em que a
funç?o estatal deixa de ser encarada como factor estruturante (como até
agora, na Europa) para ter uma funç?o meramente supletiva. Ou seja, onde o
privado falha, estará o Estado vocacionado para colmatar as defici?ncias
da oferta privada. Mas, em face de oferta privada, o Estado deve
apagar-se, n?o deve entrar em concorr?ncia com esta.
No caso do processo de Bolonha, os curricula n?o apenas s?o uniformizados,
como o s?o de acordo com os critérios que prevalecem nos grandes meios de
negócios e de indústrias.
Os cursos «n?o rentáveis» s?o impiedosamente extintos ou relegados para um
canto. Os cursos «rentáveis» s?o moldados em termos de empregabilidade, o
que quer dizer em linguagem clara, que os conteúdos v?o obedecer
estritamente aquilo que os patr?es das diversas indústrias acham que os
alunos universitários dever?o aprender.
Além disso, os diplomas de mestrado e doutoramento ser?o contingentados, o
que tornará apenas num «bacharelato» qualquer licenciatura de tr?s anos e
provavelmente, pois isso corresponde ao interesse dos empregadores, um
mero «bacharelato melhorado» as actuais licenciaturas de 4 e 5 anos.
De futuro, quem quiser obter um emprego de nível elevado deverá formar-se
numa universidade privada, pagando as propinas correspondentes (a n?o ser
que tenha acesso a uma bolsa) e ter um grau de mestre ou de doutor. Abaixo
diso, só empregos desvalorizados sobrar?o.
A educaç?o pública vai ser transformada na «educaç?o dos pobrezinhos» com
algumas excepç?es (que funcionar?o como «montras» para ingl?s ver) e o
conjunto dos docentes do sistema público ser?o os mais mal pagos, os que
ter?o condiç?es de trabalho mais precárias, mais deficientes em
equipamentos, etc.
No fundo, será como já é realidade nos países do cone sul da América,
veja-se o Brasil - com milh?es de analfabetos e a educaç?o de qualidade
confinada a colégios e universidades detidas pela Igreja Católica e outras
instituiç?es n?o estatais - ou o Chile onde, desde Pinochet, o ensino foi
considerado como assunto de «indústria privada» , tendo a rede estatal uma
dimens?o muito pequena e havendo um largo sector privado, mas
subvencionado pelo erário público...
Se n?o sacudimos o jugo da dominaç?o capitalista na era da sua
globalizaç?o, os nossos filhos e netos viver?o num mundo cada vez mais
injusto, mais desigual, mais pobre, mais violento
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quinta-feira, novembro 02, 2006

Club Aljustrelense

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Concertos para Novembro

-Dia 2, An X Tasy+ New Breed+ Ox Y Genious, Ass. Musicos Faro 21h
-Dia 3, Punk com Mantega+ Canhoes de Guerra+ Texabilly Rockets, Renegados 2006- 4?Concentracao de motos-Tavira 22h, 4$ 1dia, 10$ 2dias
-Dia 4, Headwire+ This Side Up+ Location Zero, Concentracao Motard Vila do Bispo
-Dia 4, Jesus on Fire+ Seven Stitches, Satori 666 22.30h
-Dia 4, Joint Killers+ Final Hunger+ Kamones, Renegados 2006- 4?Concentracao de motos-Tavira 22h, 4$ 1dia, 10$ 2dias
-Dia 4, Sopas de Cavalo Cansado+ Deskarga Etilika, Clube Aljustrelense 21.30h
-Dia 10, An X Tasy+ Ho-Chi-Minh, Escola Secundaria Pinheiro da Rosa Faro
-Dia 10, TwentyinchBurial+ W.A.K.O.+ Birth Signs, CDR Pedra Mourinha, Portimao 20h, 4$ 1dia, 7$ 2dias
-Dia 11, For The Glory+ Pointing Finger+ Rejects United,CDR Pedra Mourinha, Portimao 20h, 4$ 1dia, 7$ 2dias
-Dia 25, Headwire+ Washington Dead Cats, Satori 666, 23h
-Dia 25, Banshee and Something Else We Cant Remenber+ No Time To Waste+ bandas, Ferreiras, Albufeira
-Dia 25, An X Tasy+ New Breed, Teodosios Bar 21.30h
-Dia 30, Unfair+ Punk c/ Mantega+ Mother Lost Child+ 100 Surrados, Escola Secundaria Joao de Deus Faro 21h 2,5$
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Comunidade Portuguesa de Ambientalistas
Ring Owner: Poli Etileno Site: Os Ambientalistas
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