quinta-feira, agosto 31, 2006

'No tempo do Salazar é que era Bom...'

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Depois do petroleo

Por que nao nos salvarao os combustíveis alternativos

Segue-se excerto do texto que pode ser lido na íntegra em
http://www.franciscotrindade.blogspot.com

Com base em tudo o que sabemos ate agora, nenhuma combinaçao dos chamados combustiveis ou procedimentos energeticos alternativos nos permitira manter a vida quotidiana nos Estados Unidos da maneira a que estávamos acostumados durante o regime do petroleo. Nenhuma combinaçao de combustiveis alternativos nos permitira manter em funcionamento uma parte substancial dos sistemas que utilizamos actualmente – desde o fabrico de alimentos e indústria até `a produçao de energia electrica, as cidades de arranha-céus, `as vulgares tarefas diarias que implicam um grande número de percursos de automovel por dia, ao funcionamento das grandes escolas centralizadas com as suas frotas de autocarros amarelos. Estamos em dificuldades.
As alternativas conhecidas ao petróleo convencional que discutirei neste capítulo incluem o gás natural, o carvao e as areias betuminosas, o óleo de xisto, o etanol, a fissao nuclear, a energia solar, eólica, hidráulica, das marés e os hidratos de metano. Recorreremos decerto a muitas delas, e aos vários sistemas a que obrigam, mas nada compensará a depleçao das nossas reservas petrolíferas. Na verdade, todas as fontes energéticas que se baseiam em combustíveis nao-fósseis dependem, em certa medida, da economia subjacente assente nos combustíveis fósseis. Nao conseguimos fabricar turbinas metálicas para produzir energia eólica utilizando a tecnologia da energia eólica. Nao conseguimos fabricar baterias de ácido e chumbo para sistemas eléctricos solares utilizando os sistemas de energia solar que conhecemos.
O pseudo-combustível hidrogénio será analisado como uma categoria especial, porque a expectativa popular que suscita se baseia num imenso irrealismo. A chamada "economia do hidrogénio" centrada em torno de automóveis a hidrogénio, prometida pelo presidente Bush no discurso sobre o Estado da Uniao, proferido em 2003, é, neste momento, uma fantasia, especialmente perigosa porque promove uma atitude indulgente em relaçao `a situaçao que enfrentamos. Se a "economia do hidrogénio" vier a concretizar-se alguma vez, nao iremos transitar pacificamente para ela quando a economia dos combustíveis fósseis começar a vacilar. Na melhor das hipóteses, o mundo irá passar por um período de caos económico e de tensao social entre o fim da era dos combustíveis fósseis e seja o que for que vier a seguir. A questao que se coloca tem a ver com a duraçao deste intervalo: dez anos, cem anos, mil anos ou para sempre?
A crença de que a "economia de mercado" nos facultará automaticamente um substituto para os combustíveis fósseis constitui um tipo de pensamento mágico semelhante ao culto dos cargueiros no Pacífico Sul.

Saudaçoes proudhonianas
Até breve
Francisco Trindade
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segunda-feira, agosto 14, 2006

AS COISAS COMO ELAS SAO



fonte: IA-CARTOON . parte de infoalternativa.org
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sábado, agosto 05, 2006

Para quem ainda nao sabe!!!Producao animal intensiva



Os meios de comunicaç?o social em permanente busca de audi?ncias ou tiragens que lhes assegurem publicidade acrescida criaram engenhosamente a moda dos escândalos sucessivos, trazendo ? ribalta um novo escândalo quando o anterior principia a esfriar.
E é assim que situaç?es como a pedofilia na Casa Pia, que datam de há décadas (séculos?), com o conhecimento complacente de sucessivos governos, das administraç?es da instituiç?o, das polícias, da justiça, de antigos e novos alunos, se tornou subitamente um escândalo de grandes proporç?es. Como a morosidade das investigaç?es colocou a quest?o em lume brando, convinha, enquanto n?o chegava a guerra ao Iraque para monopolizar os noticiários, um novo escândalo para fixar leitores e telespectadores. E surgiu o escândalo dos nitrofuranos na avicultura.
Também aqui práticas quotidianas (com nitrofuranos e/ou outras substâncias nocivas ) vigentes há décadas, conhecidas de governantes, autoridades sanitárias, produtores de raç?es, avicultores, distribuidores e de sectores do público consumidor se tornaram subitamente um escândalo, pelo simples facto de serem divulgadas com grande ?nfase por alguns órg?os da comunicaç?o social.
E n?o deixa de ser curioso que a preocupaç?o incida quase exclusivamente sobre o sector avícola, apenas por serem mais discretas as refer?ncias da comunicaç?o social ? ocorr?ncia do mesmo fenómeno na cunicultura ou na suinocultura. Para mais sabendo-se que situaç?es análogas ou afins t?m lugar na criaç?o de ovinos, bovinos e até na piscicultura.
Na realidade a produç?o de proteína animal em larga escala, a preços competitivos e com bons lucros, está inelutavelmente ligada a este tipo de situaç?es. É ela mesma um escândalo, sob vários aspectos:

a) tratamento infligido aos animais
b) saúde pública
c) dietético
d) fome no mundo
e) preservaç?o da natureza

a)
As condiç?es a que s?o submetidos os animais nestas criaç?es intensivas, com enorme concentraç?o de animais em espaços exíguos e métodos artificiais de crescimento e engorda em tempo record. A superpopulaç?o cria o risco de epidemias, donde o uso em larga escala de antibióticos e afins, tanto mais que ocorrem frequentemente feridas nas patas (por pavimentos inadequados ou acumulaç?o de excrementos) e noutras regi?es do corpo por comportamentos agressivos resultantes da superlotaç?o. É também frequente a administraç?o de hormonas para obter um crescimento mais rápido. As condiç?es artificiais de vida – aus?ncia de progenitores, superpopulaç?o, exiguidade de espaço, luz artificial, monotonia alimentar, piso e higiene deficientes – conduzem a situaç?es de stress psíquico e grande sofrimento por parte dos animais. A introduç?o de proteínas animais (farinhas de ossos, vísceras, etc.) na alimentaç?o, mesmo de espécies exclusivamente herbívoras, para acelerar o crescimento ou favorecer a produç?o de ovos ou leite já revelou os seus malefícios – caso da BSE – e nada se sabe ainda do que poderá resultar da introduç?o de alimentos transgénicos. As condiç?es de transporte e abate s?o, como também é do conhecimento geral, deploráveis. Valores morais, um mínimo de sensibilidade e de preocupaç?o com o bem estar e o sofrimento dos animais, primam pela aus?ncia na imensa maioria destas exploraç?es.

b) Saúde pública. A presença de antibióticos, fungistáticos, hormonas e outros produtos (nomeadamente cancerígenos, como os nitrofuranos) na carne destes animais t?m graves repercuss?es na saúde humana. A ingest?o quotidiana de antibióticos na alimentaç?o provocam reacç?es alérgicas de gravidade variável e criam resist?ncias bacterianas que tornam mais difícil o tratamento de eventuais infecç?es humanas. Do mesmo modo a ingest?o de hormonas tem efeitos nocivos. E, facto da maior relevância, como a ingest?o daqueles fármacos é feita sem conhecimento do doente nem do médico torna-se muito difícil identificar a origem do problema. No caso das substâncias cancerígenas é geralmente necessária uma ingest?o prolongada e os efeitos surgem tardiamente, ao cabo de anos ou mesmo décadas, pelo que se torna difícil determinar a causa do tumor.
Por esta dupla preocupaç?o com o bem estar animal e a saúde humana a agricultura biológica proíbe a criaç?o de animais em regime intensivo, seja para produç?o de carne, leite ou ovos e igualmente interdita o uso de antibióticos (salvo para tratamento de infecç?es declaradas), de hormonas e de raç?es industriais de natureza duvidosa.

c) É indispensável chamar a atenç?o para o erro dietético (e económico) que é o excessivo consumo de proteína animal no mundo dito desenvolvido, que está na origem dos problemas que vimos tratando. O ser humano necessita de 70g de proteína para a renovaç?o dos seus tecidos. É um erro utilizar proteína como fornecedor de energia. Para este efeito devem ser utilizados os açucares (sobretudo) e as gorduras. As proteínas s?o menos eficazes e a sua utilizaç?o para este fim é biológica e economicamente um desperdício. Grande parte das proteínas podem ser obtidas facilmente de alimentos vegetais – legumes, sobretudo – mas alguns aminoácidos essenciais escasseiam no reino vegetal e s?o facilmente obtidos no leite e derivados, nos ovos e na carne. Mas basta uma pequena quantidade para complementar uma dieta essencialmente vegetariana. O leite é um alimento completo e os ovos, como o leite, cont?m proteínas de alto valor biológico, pelo que a ingest?o de qualquer deles torna desnecessário o consumo de carne ou peixe.

d) O consumo excessivo de proteína animal pelos países mais ricos (e pelas classes mais abastadas dos países pobres) é uma importantes causas da fome no Mundo. A produç?o de carne nesses países (em boa medida para consumo nos países ricos) implica a transfer?ncia de muitos terrenos agrícolas para a alimentaç?o animal (forragens, cereais) reduzindo a área destinada ? alimentaç?o humana. Mas além da reduç?o da área agrícola para alimentaç?o humana tem sido necessário recorrer ? desflorestaç?o para criar pastagens. A perda da floresta significa para as populaç?es locais pobres uma dificuldade acrescida para obter lenha para cozinhar e madeira para a construç?o de habitaç?es.

e) A desflorestaç?o, a produç?o vegetal para alimentaç?o animal em larga escala (com recurso a adubos industriais, pesticidas, etc.) modifica as condiç?es ecológicas e reduz drasticamente a flora e a fauna selvagens. Os adubos, pesticidas e excrementos poluem também as nascentes e cursos de água. A produç?o de proteína animal em larga escala é, portanto, nociva para o meio ambiente.

A soluç?o do problema n?o se encontra pois numa fiscalizaç?o mais exigente das exploraç?es avícolas (e outras) que apenas poderá, na melhor das hipóteses, reduzir a administraç?o de alguns produtos mais perniciosos mas nunca conseguirá, enquanto persistir a produç?o intensiva, uma alteraç?o qualitativa importante. ? necessário eliminar a produç?o intensiva. Mas para eliminar a produç?o intensiva é indispensável reduzir o consumo de proteína animal. Isso exige a reconvers?o da nossa dieta, tornando-a mais equilibrada, mais saudável e mais económica. É uma tarefa que está ao alcance de cada um de nós, que só de nós depende, e que, para mais fácil adaptaç?o, se pode fazer de modo progressivo. Mudando os nossos hábitos alimentares e optando por produtos da agricultura biológica conseguiremos aquilo que a fiscalizaç?o estatal nunca conseguirá: a reduç?o ou desaparecimento da produç?o animal em regime intensivo. Uma luta que atinge simultaneamente vários e importantes objectivos: autodisciplina, saúde, bem estar animal, luta contra a fome e preservaç?o do meio ambiente. As verdadeiras revoluç?es est?o geralmente ao nosso alcance e os que se prop?em revoluç?es impossíveis ou em futuros remotos est?o muitas vezes apenas a fugir ?s exig?ncias e esforços indispensáveis das revoluç?es efectivas.

Fonte: Jornal A Batalha
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