Tema marcou encerramento do 12. Congresso do Algarve
As conclusoes do 12. Congresso do Algarve, realizado em Tavira na semana passada, apontam um caminho: a regionalizacao. O tema marcou o encerramento do evento organizado pelo Racal Clube, com a maioria dos congressistas a apontar aquele modelo como o que melhor potenciara os recursos da regiao.
Macario Correia, presidente da Grande Area Metropolitana do Algarve (AMAL), Jamila Madeira, eurodeputada pelo PS, ou Carlos Brito, figura história da política algarvia, entre outras personalidades, elegeram a regionalizaçao como "alavanca fundamental" para o futuro da regiao.
A pergunta que marcou o último painel do congresso - "Algarve - a regiao sem futuro?" - teve, de todos, uma clara resposta: "Sim!" "Ideias nao nos faltam, entusiasmo também nao. Cremos que o bom-senso político acabará por vingar na leitura dos factos, porque o caminho que vamos trilhar é este!", sublinhou Macário Correia, com a regionalizaçao a vista...
O autarca de Tavira, apresentando trabalho feito pela AMAL (agencias de coordenaçao de diversas áreas, a Unidade de Radioterapia - "contra a vontade do governo", acentuou), que prova uma uniao entre autarcas "sem igual no País", elencou depois uma série de objectivos para os próximos anos, como o Centro de Congressos, a Faculdade de Medicina, o transporte de superfície, o Hospital Central, a valorizaç?o do fenómeno "Descobrimentos", entre outros.
Jamila Madeira, eurodeputada socialista, considerou que o futuro da regiao - a "galinha dos ovos de ouro do País", ironizou - "cabe aos algarvios", desde que saibam aproveitar o que lhes é dado. "Por exemplo, cerca de 300 milhoes de euros de fundos comunitários para a regiao foram desperdiçados por falta de projectos", recordou.
O algarvio Carlos Brito, antigo dirigente do Partido Comunista Portugues - do qual saiu em conflito, reclamando a sua "renovaçao" -, defendeu a "autarquia regional, uma entidade que traga poder", como a maior resposta aos problemas que assolam a regiao, dos quais sublinhou a desertificaçao. Aliás, o "nao as portagens" que junta autarcas e associaçoes de vários quadrantes é, assinalou, um facto "muito significativo".
Intimamente ligada ao Algarve, a questao do Turismo acabou por sobressair entre os congressistas, que defenderam uma revisao do PROTAL, um documento que "fez mal ao Algarve", atirou Cabrita Neto, responsável da Associaçao dos Industriais Hoteleiros e Similares do Algarve. "Há zonas ultra-povoadas e outras desertificadas, pobres, sem oportunidades de criar riqueza", acrescentou. Para o empresário, o Algarve "dá mais ao País do que recebe".