Os males ao povo do leste europeu est?o por muito longe de acabar. Certos de garantir o território tchetcheno, o Estado Russo n?o pretende abrir m?o de um dos últimos territórios colonizados ainda na ex-Uni?o Soviética. N?o tem a menor intenç?o de mostrar mais este sinal de fraqueza perante o mundo após o extremo fracasso do Bloco Comunista.
A política de colonizaç?o no território russo e em todo leste europeu iniciou-se, infelizmente, no processo revolucionário de 1917-1922, onde Vladimir L?nin e Le?o Trotsky decretaram, após sangrenta guerra civil, em 1922, a Uni?o das Repúblicas Socialistas Soviéticas, invadindo e aniquilando os processos de autogest?o camponesa e operária na Ucrânia, no movimento conhecido como Makhnovistchina (de caráter Libertário), e o afogamento em sangue, por fim, em Kronstandt, que levantava-se contra a burocracia do partido bolchevique comandadas por L?nin e Trotsky, sob o lema ?Que sejam livremente eleitos os representantes do povo!?. A característica que marcaria desde ent?o os costumes do povo russo, ao menos os costumes uniformes que o Estado Soviético pretendia implantar sobre todo o bloco conquistado, eram baseados sob o autoritarismo, a m?o de ferro.
N?o é de hoje que o Estado Russo sofre com as tentativas de separatismo no que era o antigo bloco comunista. Encontrando-se perante uma enorme diferença cultural, étnica, etc, o Estado Russo sempre investiu na uniformalizaç?o dos costumes, cultura, origem, etc, dos seus povos colonizados. Impotente perante essa iniciativa, que até hoje, que se sabe a história, só se conseguiu com Alexandre Magno, na fus?o que se denomina cultura helenística, a Rússia totalitária que abrigou Stalin, Trotsky, L?nin, Nikita Kruchev, entre tantos outros inimigos da democracia direta, da liberdade popular, só obtiveram ?xito com a m?o de ferro. É o famoso ?Quatro pernar bom, duas pernas melhor ainda?, usado em uma dura crítica de George Owrell em seu livro ?Revoluç?o dos Bichos?.
A Rússia tem seu aspecto autoritário até mesmo nos esportes. Recentemente, nas olimpíadas de Atenas, poder-se-ia ver a seleç?o russa feminina de vôlei jogar sobre os berros de seu treinador, que fora treinador da seleç?o russa desde os anos 70. Poderia-se ver a grandalhona atacante da seleç?o, em uma das furiosas pausas pedidas por seu técnico, chorado sob seus serm?es. Para a URSS, as Olimpíadas era quest?o política, assim como é hoje aos E.U.A.
Este tratamento autoritário de encarar quaisquer tipos de desacordo que se venha a ter dentro de seu território, como mostrados também, além da Ucrânia e de Kronstandt, na Tchecoslováquia, Polônia, Hungria, Iuguslávia, etc, todos esses que aplicavam, como oposiç?o ao totalitarismo soviético, a prática da autogest?o social, econômica e política, era, e ainda é tratada sempre como ?problema? ao Estado, que deve empenhar sua funç?o de abafamento. As respostas ?s práticas populares em nome de uma democracia mais humana foram sempre abafadas com sangue e terror pelo Estado Soviético, e todas essas práticas passavam como por despercebido a todo mundo, devido ? política de censura da mídia e de perseguiç?o a jornalistas ou qualquer um que se oposse ao governo ? isto é o que se chamava ?Cortina de Ferro?, derrubada com a política da ?Glasnost?, de Mikhail Gorbachev, o último presidente soviético. Quando a notícia era inevitável e caia sob aclamaç?o do público mundial, como ocorreu com o Sindicato Solidariedade, na Polônia, a URSS empenhou seu papel difamador sobre a organizaç?o formada por trabalhadores que pediam imediatamente, por quest?o de sobreviv?ncia, meios dignos de trabalho e vida, e de ter até mesmo o direito a Greve, letra morta após a Revoluç?o de 1917. Muitos dos sindicalistas foram internados em hospitais psiquiátricos, e Klebanov chegou a ser até mesmo considerado "paranóico por justiça social", outros presos e expropriados (de onde vieram os mendigos da atual Rússia?) sob a acusaç?o de "ócio", "recusa ao trabalho".
Os resquícios do tratamento extremamente autoritário no atual governo russo, liderado por Vladmir Putin, que assim como Gorbachev, pertenceu a uma organizaç?o terrorista, a KGB ? por sinal, Putin é discípulo político de Gorbachev ? é muito facilmente demonstrado se lembrarmos do assassinato, também por separatistas tchetchenos, do presidente da Tchetch?nia, pró-Russia, Akhmad Kadyrov, no começo deste ano. No momento da explos?o, os policiais presentes, formalmente adaptados ? disciplina militar tida na URSS, primeiramente se preocuparam em reprimir os autores do fato do que com as vítimas. Outro incidente parecido foi quando um grupo separatista fez reféns civis e o governo russo lançou um gás ainda em experimento para dar fim ao cerco. Conclus?o: Todos os presentes morreram, reféns e seqüestradores.
Hoje assistimos ao fim trágico de mais um cerco. Centenas de vidas sacrificadas em nome do capital e do grande poder político Estatal da Rússia. Após mais de 50 horas de cerco, um grupo de separatistas Tchetchenos seqüestraram mais de 1200 pessoas numa escola no sul da Rússia, entre a maioria dos reféns havia crianças. Mesmo assim, seguindo a tradicional linha de seus resquícios, o governo russo sonega a quantidade total de mortos e feridos.
O Grupo exigia a imediata libertaç?o dos presos tchetchenos e a desvinculaç?o da Tchetch?nia da Rússia.
Até agora n?o se está claro se a aç?o de invas?o do prédio foi iniciativa das forças armadas presentes ou se foi uma reaç?o de uma situaç?o de viol?ncia provocada pelos seqüestradores.
Mais de 200 pessoas morreram e cerca de 700 ficaram feridas. Mesmo após a liberaç?o da escola, tiros e explos?es ainda podiam ser ouvidos nas ruas da cidade de Beslan. Mais tarde, a ag?ncia de notícias Interfax informou, citando fontes do centro de controle que administrou a crise, que 27 terroristas haviam sido mortos - oito na escola e os demais, em combates nos arredores. Autoridades dizem que tr?s supostos seqüestradores haviam sido presos tentando escapar em trajes civis; e uma rádio noticiou que uma mulher, também suspeita de ter tomado parte na captura da escola, havia sido presa tentando entrar num hospital.
O Mundo parece n?o ter mais trégua a paz. O sistema cada vez mais tende a colocar os homens como meros protagonistas de um jogo de morte. Os indivíduos s?o apenas um meio que o Estado t?m para conquistar os fins que almeja. A Rússia é o maior exemplo da nocividade da exist?ncia de um Estado, seja ele regido sob qualquer nome, Democrático-Liberal, Ditadura do Proletariado ou Ditadura SOB o proletariado, como tem se mostrado até agora as idéias marxistas e as que a derivam.
É por isso que os libertários prosseguem, com suas propostas, suas idéias, seus meios de construir uma sociedade onde a palavra de ordem e única autoridade na qual devemos nos curvar se chama Paz, igualdade social e, fundamentalmente, a L I B E R D A D E!
A cada dia mais, a velha frase do grandíssimo José Oiticica se torna mais forte e mais coerente, junto com nossas idéias, no decorrer da história em que vivemos:
"Todos os Sistemas Políticos falharam. Resta o Anarquismo: Estudai-o!"
Paz entre os povos, guerras aos senhores...
Pela Liberdade com o Anarquismo!